Sempre adorei este trava-línguas, aliás, digo-o muitas vezes. Talvez porque o conceito “tempo” sempre me fascinou.
Como vos disse na última newsletter, tenho andado a plantar a semente da calma. E quis vir aqui partilhar as minhas reflexões sobre o assunto.
Vivemos numa altura em que é muito fazer, fazer, fazer e se não estivermos a fazer algo, devíamos e também devíamos saber as respostas para tudo, mesmo quando não fazemos a mínima ideia.
Socialmente, oiço muito “O ano passa a correr” ; “já estamos em Junho???” ; “ainda ontem era Janeiro e estamos em Novembro”; “aproveita, que o tempo passa rápido”. E cheguei à conclusão que não, o tempo não passa assim tão rápido.
Tenho-me apercebido, na minha própria jornada, o quanto eu não vivo o momento como ele é. Isto é, quando é bom, já fico com a ânsia de não querer que o momento termine, ou seja, já estou a pensar no fim desse momento antes dele acabar. Quando é algo não-prazeroso, queixo-me que não acaba e fico a pensar no fim desse momento antes dele acabar. Nas duas situações, eu não vivo o momento, seja porque já estou a pensar no fim ou a deixar-me entrar num espiral emocional.
O que me traz à minha questão e reflexão de hoje: é o tempo que passa rápido ou somos nós que não estamos presentes e damos checkout mental, de uma forma ou de outra, diariamente?
O tempo passa rápido? Contem até 1 minuto e digam-me se é rápido.
Onde quero chegar com isto é que temos tempo para abrandar, para levar tempo a tomar decisões, para perceber o que queremos fazer, para nos descobrirmos, para fazer diferente, para tudo aquilo que quisermos. Mas para isso, precisamos de estar presentes no momento.
Tu tens tempo.
Tu tens tempo.
Tu tens tempo.
Por isso é que digo e volto a dizer: TU TENS TEMPO. Tens tempo para te descobrires. Tens tempo para começar algo e desistir, pausar ou até mesmo não fazer nada porque não sabes, ou porque queres só aproveitar a tua vida pelo que ela é. Tu não tens um tempo limite.
Quando tive o meu heartbreak, pensei para mim “lá estás tu, outra vez, a desaparecer do Instagram. Podias partilhar a tua jornada e estás a refugiar-te” I’m sorry?????! Estava, literalmente, na lama emocionalmente e ainda me estava a cobrar que devia aparecer e fazer?????! Eu mal aparecia para a minha vida, quanto mais. Estava completamente negativa em relação à vida e não aguentava positivismos.
Quando refleti sobre o assunto, cheguei à conclusão que tinha de me dar tempo, ser gentil e compassiva comigo, em vez de me cobrar e exigir de mim. Tinha que reconhecer o que eu conseguia dar, em vez de exigir mais.
Percebi que precisava de viver no momento, em vez de fugir dele e que era ok afastar-me, recolher-me e focar-me em mim naquele momento de dor. Eu não tenho de aparecer e fazer, eu tenho que cuidar de mim. Esse é o meu papel: cuidar de mim. Tudo o resto é acrescento, tudo o resto é opcional. Percebi que precisava de me dar espaço e tempo e quando me sentisse pronta logo voltava, não antes.
Precisei de me dar espaço para estar na fossa, para chorar, para sentir, para digerir, precisei de espaço para ser negativa, precisei de espaço para me redescobrir e isto permitiu-me largar a culpa e a cobrança que me fazia. Basicamente, precisei de tempo para encontrar e estar disposta a ver as minhas respostas.
A ideia de que temos que ter todas as respostas, temos que saber o que queremos fazer vem de uma ideologia de urgência, de fazer, fazer, fazer e essa não é a realidade. A realidade da vida é que temos momentos em que não sabemos, que precisamos de abrandar, precisamos de parar para que depois possamos andar para a frente.
Se não sabes para onde vais, não faz mal. Eu também não sei.
Se não sabes o teu futuro, não faz mal. Eu também não sei.
Se não sabes o que estás a fazer, não faz mal. Eu também não sei.
Que este seja o teu lembrete para te permitires não saber, para te permitires experimentar, para te permitires não fazer, para permitires desistir, para te permitires pensar, para te permitires parar, para te permitires não ter as respostas, para te permitires só existir e viver a tua vida, para te permitires o que quer que seja que não te permites, e ainda te reprimes e te culpas porque devias saber/fazer e não sabes/fazes. Permite-te estar presente na tua própria realidade e dá-te tempo.
O tempo de reflexão da tua vida não é só no fim do ano, é sempre que tu quiseres. Parares, reconheceres onde estás, quem és e onde estiveste. Saboreares esse momento e valorizares-te.
Tens tempo para te descobrir. Por isso, sê mais gentil contigo, aplica mais a compaixão por ti e dá-te tempo para a fase em que estás. Estás a descobrir e está tudo certo. Tens tempo.
A minha sugestão, hoje, para ti, é que quando vierem as vozes intrusivas a dizer-te que tens de saber, tens de fazer e já vais tarde, porque já devias saber e estar a fazer, pára e diz-te: “Calma. Eu tenho tempo”.
Boas reflexões!
Massa com Tofu no Forno
Esta receita foi-me dada pela minha irmã. É a minha go to receita preferida!
200 Tofu (costumo fazer 2 pacotes para me dar um total de 3 refeições - eu como bem)
Q.b de pimenta
Q.b de pimentão doce
Q.b de noz moscada
Q.b de sal
Q.b de ervas aromáticas (se tiverem)
Q.b de azeite
Massa
Pesto
Queijo Parmesão
Escorrer o tofu e retirar o máximo de água possível. Desfazer para um recipiente. Adicionar o tempero a gosto (já sabem que podem mudar, é só um indicativo) e misturar. Colocar num pirex, adicionar azeite, esmagar 3 dentes de alho e colocar por cima. Colocar no forno a 180 graus. Ir mexendo o tofu de vez em quando (para ficar todo crocante e não só a parte de cima). Retirar quando tiver o aspeto da foto.
Cozer a massa e escorrer. Adicionar o tofu à massa e adicionar o pesto.
No prato, colocar queijo parmesão por cima. Também podem adicionar um tomate hehe
Dicas
- Para não sujar o pirex, costumo colocar papel vegetal.
- Para o tofu ficar crocante demora a fazer. Este prato demora, mas não dá trabalho nenhum e permite-te fazer outras coisas entretanto. Depois, é bué bom! Podem também fazer com arroz. Eu experimentei, mas continuo a preferir a massa haha faço-o 1x por semana porque sei que não vou ter trabalho nenhum com nada! Ahhhh, tão bom! Hehehe
Experimenta e depois partilha comigo!
Até para a semana, preguiçosos!
Margarida